A EGRÉGORA DE UMA LOJA

19/10/2013 21:56

[Adaptação por Murillo Torres do texto “Egrégora” de autoria do Ir.'. Moacyr Luciano Ferraz, M.'.M.'.]

O Sol derrama a sua Luz sobre mundo. Da mesma forma, o Grande Arquiteto Do Universo verte a sua energia sobre o mundo. Porém, da mesma maneira em que há no mundo lugares obscuros onde não chega a luz do Sol, assim também existem muitas almas ainda incapazes de assimilar a energia espiritual de Deus.

 

Inobstante, do mesmo modo em que por meio de refletores é possível iluminar com a luz uma cova, assim também pode o homem refletir a Luz espiritual sobre as obscurecidas almas de modo a capacitá-las para percebê-la e também assimilá-la.

 

Todos sabem que os corpos terrestres (animal, vegetal e mineral) são formados por moléculas e átomos. E que através de um movimento continuo e incessante geram energia, isto é, um campo de força. O irmão José Ebraim já se referiu à existência, nas pessoas, de uma “tela elétrica” ou uma espécie de emanação de energia que pode ser captada entre 5 e 10 cm de distancia do corpo. Essa energia é oriunda dos nossos chacras elétricos.

 

Nesse sentido, as fotografias Kirlian já provaram que a aura revela que há emanação de energia através de cores espectrais dispersadas que permitem estudo sobre o estado de saúde ou de espírito das pessoas.

 

Toda irradiação vinda do plano divino passa por essa tela energética. Ela serve também como proteção, pois funciona como um obstáculo afim de que o fluxo energético negativo não seja absorvido. O estado emocional ou mórbido tem influência preponderante nessa absorção.

 

Em todas as religiões, ao inicio dos trabalhos, invoca-se, por meio da prece, a ajuda Divina. Essa ajuda está no mesmo nível do nosso desenvolvimento e inteligência. Isto é, ao nosso redor existe uma vasta quantidade de entes invisíveis que se pode considerar paralela à nossa consciência. Esses são os anjos que atraímos para mais perto de nós, e cada um deles trazendo consigo certo número de subordinados, que seguem suas indicações.

 

Nos serviços da Igreja, invocamos arcanjos, seres muito superiores aos homens. Em ambos os casos o auxilio dos irmãos presentes é sempre de muita importância e significado.

 

Na maçonaria, muito embora ela não seja uma religião, também rogamos a ajuda Divina para a condução dos trabalhos. Assim é que, ao realizarmos à porta do Templo uma prece preparatória, os irmãos devem desarmar seus espíritos e se desvencilharem das forças negativas trazidas do mundo profano, e ao participarem da prece, devem elevar seus pensamentos ao plano superior, para que novas forças do plano astral interpenetrem em cada irmão, substituindo as vibrações inferiores, sintonizando-os com o plano astral superior.

 

Nesse mesmo sentido, quando o presidente da Loja solicita que se verifique se a Loja está coberta, ao tempo em que o 1º Vigilante responde afirmativamente, depois da verificação feita pelo Guarda do Templo, alguém poderia perguntar: qual seria o simbolismo desse trecho ritualístico?

 

Ora, o primeiro requisito para empreendermos qualquer trabalho é que nos concentremos e cuidemos para que ninguém o interrompa. Em conseguinte, cada um de nós tem que cobrir sua própria Loja, isto é, o seu Templo Interno, e deve fazê-lo com muito cuidado e sabedoria.

 

Para isso, será necessário a sua aura. Deverá cobrir a Loja do seu corpo mental, mas haverá de fazê-lo com muita discrição e muito cuidado. Recordemo-nos de que o plano físico é populoso, mas os mundos astral e mental são muito mais populosos ainda, embora não da mesma maneira. Nestes, há um grande acumulo de pensamentos sobre coisas destituídas de importância e que se não os excluirmos rigorosamente nos veremos impossibilitados para nos concentrar no elevado assunto sobre o qual verdadeiramente desejamos pensar.

 

Portanto, a este respeito, temos de cobrir a Loja do nosso corpo mental com o máximo de cuidado, com as pessoas para as quais abrimos as nossas portas. Ademais, existem outros pontos que requerem sumo cuidado no mundo mental. Por exemplo, há os que levam sobre si a maldição de um temperamento tendencioso e à menor provocação, ou até mesmo sem ela, abrem as portas de sua fortaleza mental e se lançam furiosamente à peleja, sem perceberem que isso deixa indefesa a fortaleza do Templo, de modo que podem facilmente invadi-la as hostis forças mentais que vagueiam pelos contornos da Loja ou em torno de si.

 

Além disso, também é necessário cobrir a Loja do corpo astral, porque é mais difícil resistir ao impulso das emoções do que à pressão dos pensamentos.

 

Em loja, sempre que ouvirmos a pergunta sobre a cobertura do Templo, devemos nos perguntar: O meu coração está efetivamente cheio do divino amor e protegido contra todo pensamento maligno e ocioso?

 

Assim, a pergunta formulada na abertura dos trabalhos da Loja, serve para nos recordar a real necessidade de nos colocar em harmônica atitude mental ante a admirável obra que vamos realizar.

 

Após a abertura ritualística, a Loja passa a ser magnetizada com o somatório das forças oriundas do pensamento de cada um dos irmãos.

 

A esse potencial de forças chamamos Egrégora. Cada pessoa, cada irmão, possui a sua própria egrégora. Mas, para que os trabalhos tenham proveito é importante e necessário que haja uma sintonia de pensamentos em níveis elevados, formando uma força de dimensão extraordinária, e, em conseguinte, a EGRÉGORA DA LOJA.

 

Ao se adotar uma postura em Loja, acompanhando uma ritualística, ao evocar o Ser Supremo, quando nos reunimos em um grupo com entes afins, em comunhão, formamos, sem dúvida, uma egrégora. O teto arredondado da Loja propicia a propagação desta força misteriosa que nos une em irmandade. E, aquele que não estiver em sintonia com a egrégora será excluído involuntariamente, através de uma seleção natural.

 

Uma egrégora é como um filho coletivo, produzido pela interação genética de diferentes pessoas envolvidas. Se não conhecermos bem o fenômeno, as egrégoras vão sendo criadas a esmo e os seus criadores tornam-se logo seus servos, porque são induzidos a pensar e agir sempre na direção dos vetores dessas entidades egregárias.

 

A egrégora se alimenta das mesmas emoções que a criaram. Assim a egrégora gerada por sentimentos de revolta e ódio, exige mais revolta e ódio. Já a egrégora criada com intenções saudáveis, tende a forçar seus membros a continuar saudáveis. A egrégora de felicidade procura elevar seus membros, fazendo-os permanecer felizes. Dessa forma, opor-se a uma egrégora é realimentá-la com a mesma intensidade. Portanto, é preciso ter iniciação, estudo e conhecimento sobre o fenômeno. Uma vez escolhido o seu grupo ideal de sintonia, todas as egrégoras geradas ou nas quais você penetre, vão induzi-lo à saúde, ao sucesso, à harmonia e à felicidade.

 

Sendo constituídas de forças ou energias, quando não estão em sintonia umas com as outras geram um campo de força de repulsão e se você estiver no campo de ação, ao repelirem-se mutuamente, produzem depressão, ansiedade e agitação, influindo em nossos chacras ou centros de força.

 

Dentro do Templo, ao conversar entre irmãos, uma discussão descontrolada gera pontos de fragilidade, diminuindo a magnetização do ambiente e propiciando a interpenetração de forças adversas que, encontrando pontos fracos na tela de magnetização, ai se interpõem, perturbando o equilíbrio da egrégora.

 

Enfim, o mais importante mesmo é que a egrégora gerada num ambiente coletivo como o nosso, seja de paz, de harmonia e de fraternidade.

 

Para isso, devemos, antes de adentrar no nosso augusto Templo, nos despojar dos pensamentos maus e nos dedicarmos ao cultivo das virtudes que honram o nosso compromisso perante o Grande Arquiteto Do Universo. Isto é, o de tornarmos feliz a humanidade, pelo amor e pelo aperfeiçoamento dos costumes, querendo-nos como verdadeiros irmãos.